O filme documentário de longa metragem Cuíca de Santo Amaro, poeta e trovador que inspirou personagens de Jorge Amado, chega finalmente a Bom Jesus da Lapa. Depois de exibido em festivais de cinema no Brasil e no exterior e estrear com sucesso de crítica no circuito comercial em Salvador, o filme prossegue sua jornada em universidades, centros de cultura e cinemas de 29 cidades do interior.
No próximos dias 23 de outubro será a vez do filme ser exibido em Bom Jesus da Lapa, na UNEB, às 19h. Além de exibir o filme, o programa inclui lançamento do DVD com cinco extras e material pedagógico, lançamento do livro “A Verve de Cuíca" e debate com os realizadores. O DVD será distribuído gratuitamente para escolas, universidades, instituições e grupos culturais locais.
Jorge Amado considerava Cuíca de Santo Amaro o maior trovador popular da Bahia e o incluiu em quatro de suas obras: “Bahia de Todos os Santos”, “A morte e a morte de Quincas Berro D ‘Água”, “Pastores da Noite” e “Tereza Batista Cansada de Guerra”. Além de citar o cordelista nesses livros, Jorge Amado criou um personagem inspirado em Cuíca, o Curió, presente em “Pastores da Noite” e em “A Morte e a morte de Quincas Berro D ‘Água”.
O filme
O documentário, dirigido por Joel Almeida e Josias Pires, sintetiza a pesquisa realizada a partir de relatos orais de 50 pessoas que tiveram algum tipo de contato com Cuíca e de cerca 300 folhetos - os livrinhos de histórias, como foram chamados na sua época – e traz imagens de arquivos de Salvador e do Recôncavo. O filme utiliza também recursos de animação, inspirados num encontro do escritor Orígenes Lessa com o trovador repórter, ocorrida no dia 10 de junho de 1955.
Algumas das imagens de época pesquisadas eram inéditas, como trechos filmados sob a coordenação de Alceu Maynard de Araújo, em 1947, encontradas na Cinemateca, SP. O filme valeu-se particularmente dos estudos feitos por Edilene Matos, Mark Curran, de precisas indicações do poeta Carlos Cunha e de todos os que compartilharam suas memórias e sentimentos da época.
Concluído em janeiro de 2012, Cuíca foi selecionado para o 17o. Festival Internacional de Documentários é Tudo Verdade (02 exibições no Rio de Janeiro e 02 em São Paulo); V Festival do Cine Latino-americano e Caribenho de Margarita (Venezuela); Festival Internacional de Cinema de Arquivo, Arquivo Nacional, RJ; 16a Mostra de Cinema de Tiradentes, MG; 3o. Cachoeira Doc; VIII Cine Futuro (avant-première em Salvador) e projeto Cinema no Telhado, Luanda Angola/Instituto Goethe.
Realizado com o patrocínio de edital do Programa Petrobras Cultural, o filme teve o projeto de difusão e exibição na Bahia patrocinado pelo Fundo de Cultura do Estado, a partir de edital setorial do audiovisual de 2012 promovido pela Fundação Cultural /Secult.
Cuíca
Cuíca de Santo Amaro nasceu José Gomes no dia 19 de março de 1907 , no bairro da Mouraria, segundo registro civil feito por ele próprio, já aos 50 anos de idade. Trovador maldito da poesia popular do Brasil, personagem controvertida, produz entre 1930 e 1963 cerca de mil títulos de livros de histórias, nome que dá aos folhetos que só depois passaram a ser conhecidos na Bahia como literatura de cordel. Morreu em 23 de janeiro de 1964.
É consagrado como o maior o trovador da Bahia por Jorge Amado, que faz dele personagem também dos romances Pastores da Noite e A morte e a morte de Quincas Berro D’Água e destaca seu trabalho no livro Bahia de Todos os Santos, guia de ruas e mistérios: "Cuíca de Santo Amaro é uma organização: escreve seus versos, manda imprimi-los, desenha ele mesmo os cartazes de propaganda que conduz sobre os ombros, vende folhetos com os poemas e canta os melhores versos para atrair a freguesia”
Cuíca inspira Dias Gomes a criar o personagem Dedé Cospe-Rima na peça de teatro que, reapresentada pelo cinema, leva Anselmo Duarte a ganhar a Palma de Ouro em Cannes, com o filme "O Pagador de Promessa (1962). No filme, Cuíca é vivido pelo ator Roberto Ferreira, que criou personagem famosa da Bahia de Cuíca, conhecida como Zé Coió. Um ano antes é o próprio Cuíca de Santo Amaro quem faz a abertura e encerra o filme "A Grande Feira" (1961), de Roberto Pires.
O documentário, dirigido por Joel Almeida e Josias Pires, sintetiza a pesquisa realizada a partir de relatos orais de 50 pessoas que tiveram algum tipo de contato com Cuíca e de cerca 300 folhetos - os livrinhos de histórias, como foram chamados na sua época – e traz imagens de arquivos de Salvador e do Recôncavo. O filme utiliza também recursos de animação, inspirados num encontro do escritor Orígenes Lessa com o trovador repórter, ocorrida no dia 10 de junho de 1955.
Algumas das imagens de época pesquisadas eram inéditas, como trechos filmados sob a coordenação de Alceu Maynard de Araújo, em 1947, encontradas na Cinemateca, SP. O filme valeu-se particularmente dos estudos feitos por Edilene Matos, Mark Curran, de precisas indicações do poeta Carlos Cunha e de todos os que compartilharam suas memórias e sentimentos da época.
Concluído em janeiro de 2012, Cuíca foi selecionado para o 17o. Festival Internacional de Documentários é Tudo Verdade (02 exibições no Rio de Janeiro e 02 em São Paulo); V Festival do Cine Latino-americano e Caribenho de Margarita (Venezuela); Festival Internacional de Cinema de Arquivo, Arquivo Nacional, RJ; 16a Mostra de Cinema de Tiradentes, MG; 3o. Cachoeira Doc; VIII Cine Futuro (avant-première em Salvador) e projeto Cinema no Telhado, Luanda Angola/Instituto Goethe.
Realizado com o patrocínio de edital do Programa Petrobras Cultural, o filme teve o projeto de difusão e exibição na Bahia patrocinado pelo Fundo de Cultura do Estado, a partir de edital setorial do audiovisual de 2012 promovido pela Fundação Cultural /Secult.
Cuíca
Cuíca de Santo Amaro nasceu José Gomes no dia 19 de março de 1907 , no bairro da Mouraria, segundo registro civil feito por ele próprio, já aos 50 anos de idade. Trovador maldito da poesia popular do Brasil, personagem controvertida, produz entre 1930 e 1963 cerca de mil títulos de livros de histórias, nome que dá aos folhetos que só depois passaram a ser conhecidos na Bahia como literatura de cordel. Morreu em 23 de janeiro de 1964.
É consagrado como o maior o trovador da Bahia por Jorge Amado, que faz dele personagem também dos romances Pastores da Noite e A morte e a morte de Quincas Berro D’Água e destaca seu trabalho no livro Bahia de Todos os Santos, guia de ruas e mistérios: "Cuíca de Santo Amaro é uma organização: escreve seus versos, manda imprimi-los, desenha ele mesmo os cartazes de propaganda que conduz sobre os ombros, vende folhetos com os poemas e canta os melhores versos para atrair a freguesia”
Cuíca inspira Dias Gomes a criar o personagem Dedé Cospe-Rima na peça de teatro que, reapresentada pelo cinema, leva Anselmo Duarte a ganhar a Palma de Ouro em Cannes, com o filme "O Pagador de Promessa (1962). No filme, Cuíca é vivido pelo ator Roberto Ferreira, que criou personagem famosa da Bahia de Cuíca, conhecida como Zé Coió. Um ano antes é o próprio Cuíca de Santo Amaro quem faz a abertura e encerra o filme "A Grande Feira" (1961), de Roberto Pires.
Ficha técnica
Direção – Joel de Almeida e Josias Pires
Produção Executiva – Adler Paz, Bau Carvalho e Lula Oliveira
Direção de Arte – Ian Sampaio
Montagem – Bau Carvalho
Direção de Produção – Luciana Freitas e Marise Berta
Direção de Fotografia – Paulo Hermida
Direção Musical – Tuzé de Abreu
Som direto – Rodrigo Alzueta e Napoleão Cunha
2012 – 75 minutos